quinta-feira, 15 de agosto de 2013

REFLEXÕES SOBRE A APLICAÇÃO DO “JOGO DAS TRÊS PISTAS DOS CONTINENTES” NO 6º ANO DO ENSINO FUNDAMNETAL VIA PROJETO PIBID- GEOGRAFIA/ UENP

Artigo publicado no I Simpósio de Geografia "Novos Rumos para os Estudos Geográficos" e IX Semana de Geografia. UENP, Cornélio Procópio, 2013.
REFLEXÕES SOBRE A APLICAÇÃO DO “JOGO DAS TRÊS PISTAS DOS CONTINENTES” NO 6º ANO DO ENSINO FUNDAMNETAL VIA PROJETO PIBID- GEOGRAFIA/ UENP

SOUZA, Jeane Fátima Moraes – Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP¹
SANTOS, Loanda Jéssica dos – Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP¹
BETTIM, Nathan Aguiar – Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP¹
OLIVEIRA, Jully Gabriela Retzlaf – Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP²

Resumo
O presente trabalho foi desenvolvido no projeto PIBID Geografia – UENP e tem por objetivo relatar a experiência pedagógica vivenciada com a aplicação do jogo das Três Pistas dos Continentes no 6º ano do Ensino Fundamental. Para a realização do mesmo, foram realizadas pesquisas e leituras bibliográficas, aulas-piloto no 6º ano sobre o conteúdo Continentes, confecção e aplicação do “Jogo das Três Pistas dos Continentes” na mesma turma de realização da aula. A aplicação do jogo produziu resultados pedagógicos positivos, pois tornou o ambiente da sala de aula mais descontraído, aumentou a participação ativa dos alunos e melhorou a compreensão e interesse sobre o tema estudado. Também possibilitou o enriquecimento da prática docente da professora regente.

Palavras-chave: Geografia; Recurso Didático; Lúdico.

INTRODUÇÃO
           
O presente trabalho foi desenvolvido no projeto PIBID Geografia – UENP, campus de Cornélio Procópio, o qual ter por objetivo ampliar o debate e a pesquisa sobre o Ensino de Geografia, incentivar a iniciação à docência e promover a formação continuada. Durante o período de execução do projeto (agosto de 2012 até o momento) foram realizadas várias atividades envolvendo bolsistas de iniciação à docência, professoras supervisoras, escolas do projeto e alunos. Em especial aqui, destacamos a elaboração e aplicação de jogos de Geografia nas aulas do Ensino Fundamental II.
O artigo tem objetivo relatar a experiência pedagógica vivenciada com a aplicação do jogo das Três Pistas dos Continentes no 6º ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual André Seugling e apresentar os resultados obtidos. Este trabalho torna-se relevante pois, apresenta uma prática de ensino diferenciada para o contexto da realidade escolar, contribuindo, desta forma, para melhorar e enriquecer as aulas de Geografia.
Para a realização do mesmo, foram realizadas pesquisas e leituras bibliográficas, aulas-piloto no 6º ano do Ensino Fundamental do conteúdo Continentes, confecção do jogo no projeto PIBID e aplicação do “Jogo das Três Pistas dos Continentes” na mesma turma de realização da aula.
O trabalho vai apresentar inicialmente a importância dos jogos no ensino de Geografia. Em seguida será apresentado o jogo elaborado, contendo as regras e as cartas produzidas e posteriormente será relato a experiência pedagógica da aplicação do jogo na sala de aulas, inclusive a aula-piloto antecedente, até os resultados obtidos.
  
O jogo nas Aulas de Geografia


A tarefa de formação própria ao ensino de Geografia é a de contribuir para o desenvolvimento de um modo de pensar geográfico, que compõe um modo de pensar sobre o mundo e a realidade que nos cerca (CAVALCANTI, 2007). Para tanto, o professor precisa pensar nos métodos e técnicas de ensino utilizados em sala de aula que permitam a construção do conhecimento. Desta forma, existem inúmeros recursos didáticos que podem auxiliar o professor, os jogos e as atividades lúdicas são uma opção. Segundo Stefanello (p.112,2008) “proporcionar situações lúdicas na escola favorece o desenvolvimento de habilidades necessárias para a construção do conhecimento”, sendo o jogo um instrumento fantástico para contribuir com a aprendizagem dos alunos. Para Castellar e Vilhena (p. 44, 2010) “os jogos e as brincadeiras são situações de aprendizagem que propiciam a interação entre alunos e entre alunos e professores [...]”.
Atualmente a sala de aula é visto pelos alunos e professores como algo desestimulador, são inúmeras as causas que levam a essa situação, pode-se citar que o problema mais “falado” é a indisciplina, porém, a falta de interesse muitas vezes está associada pelo fato de o conteúdo estar muito abstrato para eles, “sem nenhuma utilidade”, com aulas sempre enfadonhas, tendo a Geografia como sinônimo de decoreba, sem influencia com a sociedade e natureza. 
            O uso do jogo em sala de aula proporciona entusiasmo e motivação nos alunos, o que faz com que eles se interessem pelo conteúdo sem se tornar algo cansativo. Logo, os mesmo terão uma aprendizagem significativa.
            Freitas e Salvi ressaltam que
[...] O elemento que separa um jogo pedagógico de um outro de caráter apenas lúdico é que, este se desenvolve com a intenção explícita de provocar aprendizagem significativa. Estimular a construção de um novo conhecimento e despertar o desenvolvimento de uma habilidade operatória, ou seja, o desenvolvimento de uma aptidão ou capacidade cognitiva [...] (p. 307, 2009).

Para utilização do jogo nas aulas de Geografia, faz-se necessário ter um objetivo estabelecido que vá de encontro com o conteúdo trabalhado, para que não seja apenas uma brincadeira em sala de aula, no qual não terá nenhum significado na aprendizagem do aluno.
No entanto, sabe-se que jogo é um recurso pouco utilizado em sala de aula e segundo Piaget (1975, apud FREITAS; SALVI, 2009) “por meio de jogos a criança constrói conhecimento sobre o mundo físico e social, desde o período sensório-motor até o período operatório formal”. Logo, verifica-se que o jogo constitui um instrumento de grande valor no ensino, pois proporciona ao aluno um contato simulado com a realidade, estimulando seu raciocínio.
Dessa forma, faz se fundamental o uso de novas metodologias em sala de aula, sendo o jogo um recurso de grande valia para ser usado pelos docentes a fim de contribuir para uma aprendizagem significativa dos alunos, tendo em vista que Geografia visa formar cidadãos críticos, o jogo também contribui com ensino de valores, pois os alunos aprendem a ganhar, perder, respeitar e compartilhar.

O Jogo das Três Pistas dos Continentes

O “Jogo das Três Pistas dos Continentes”, foi elaborado para ser jogado no 6º ano do Ensino Fundamental e consiste em cartas que contém 03 pistas relacionadas ao tema central de estudo, sendo aqui os Continentes e uma palavra-chave, que deverá ser desvendada pelos alunos com a ajuda das pistas.
O jogo das três pistas tem por objetivo revisar e fixar o conteúdo trabalhado na aula-piloto sobre Continentes; propiciar aos alunos um aprendizado lúdico e diferenciado da realidade cotidiana; motivar e despertar no aluno o interesse em conhecer o assunto.
Para confecção do jogo foram utilizados: papel cartão para impressão das cartas; plástico para crachá, para colocar as cartas; envelope, para guardar as cartas. Para jogar no 6º ano foram elaboradas 20 cartas contendo em cada uma três pistas sobre os continentes e uma palavra-chave (figuras 01, 02, 03 ,04, 05, 06, 07).
Para jogar é necessário separar a sala em dois grupos. Diante dos envelopes (enumerados de 1 a 20) a professora pede para o grupo iniciante escolher um envelope. Na sequência a professora deve fazer a leitura da primeira pista (valendo 15 pontos), se o grupo não souber vai para o próximo grupo que terá a segunda pista (valendo 10 pontos), caso este não saiba a carta vai novamente para o grupo iniciante que terá acesso à terceira pista (valendo 05 pontos). Quando um grupo acertar a palavra-chave os pontos correspondente à dica serão contabilizados para a equipe. Ganha o jogo o grupo que fizer mais pontos.

 Figura 01: Carta modelo do Jogo das Três Pistas dos Continentes.
 Figura 02 a 07 : Cartas do Jogo das Três Pistas dos Continentes.






 A Aplicação do jogo das Três Pistas dos Continentes no 6º ano do Ensino Fundamental

Antes da aplicação do jogo foi realizada uma aula-piloto em dupla referente ao conteúdo continentes, em uma turma vespertina do 6º ano do Colégio Estadual André Seugling, sob orientação da coordenadora do projeto e da professora regente. Para melhor compreensão do assunto inicialmente foi dado um mapa mundi mudo para os alunos colorirem os continentes e criar legendas para cada um.  A aula foi expositiva e dialogada utilizando o mapa mundi físico e político e a Tv pendrive para passar imagens de diversos lugares do mundo, cuidando para discutir as pistas contidas no jogo.  
Durante a explicação da aula foram encontradas algumas dificuldades de indisciplina devido a um aluno que tumultuava a sala inteira, o mesmo é repetente e possui muitas dificuldades. Diante desta situação chegou-se a pensar em não aplicar o jogo, uma vez que a sala era muita agitada e o jogo poderia causar mais conversa ainda. Porém seguiu-se com a ideia a fim de verificar se o instrumento elaborado provocaria algum resultado.
No decorrer da aula, foi possível perceber que o mapa era algo diferente em sala, pois a grande maioria tinha dificuldade para fazer localizações. Porém, no momento os alunos não deram tanta importância, mas na hora de jogar eles ficaram muito interessados com o conteúdo, pegando o livro para ver o mapa  e o caderno onde foram feitos anotações no dia da aula.
A aplicação do jogo foi surpreendente, pois devido a indisciplina e dispersão na aula surgiu a preocupação de não ser possível a aplicação do jogo na turma. Mas o resultado foi totalmente diferente do esperado, todos os alunos participaram com bastante entusiasmo, se preocupando entender as dicas para desvendar a palavra-chave. Até mesmo o aluno mais agitado se mostrou um líder do grupo que estava e chegou a comentar que deveria prestar mais atenção na aula para saber jogar.
  
CONSIDERAÇÕES FINAIS

            Constatou-se que o uso do jogo como instrumento de ensino, promoveu benefícios didáticos bastante relevantes, pois tornou o ambiente da sala de aula mais descontraído, aumentou a participação ativa dos alunos e melhorou a compreensão e interesse sobre o tema estudado. Logo, este recurso torna a sala de aula mais atrativa e motivadora, proporcionando aos alunos interesse em aprender. Durante o jogo foi possível observar o quanto os alunos aprendem brincando, tornando o contado professor e aluno mais agradável. Outro ponto, observado é que a atividade possibilitou o enriquecimento da prática docente da professora regente.

REFERÊNCIAS

CASTELLAR, S.; VILHENA, J. Ensino de Geografia. São Paulo: Cengage, 2010

CAVALCANTI, L. S. Ensino de Geografia e diversidade: construção de conhecimentos geográficos escolares e atribuição de significados pelos diversos sujeitos do processo de ensino. In: CASTELLAR, Sonia (Org.). Educação geográfica: teorias e práticas docentes .2.d. São Paulo: Contexto, 2007.

FREITAS, E. S.; SALVI, R. F. A Ludicidade Voltada para o Ensino de Geografia: proposta do jogo Paraná em questão. In.: PINESSE, J. P. et al. Prospecções em Geografia e meio ambiente. Londrina: Edição Humanidades, 2009.

STEFANELLO, A.C. Didática e avaliação da aprendizagem no ensino de Geografia. Curitiba: Ibpex, 2008.

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